Juiz federal diz que Coinbase pode remover wBTC, negando pedido de ordem de restrição temporária da BiT Global, afiliada a Justin Sun

Um tribunal da Califórnia decidiu que a Coinbase pode remover o wrapped bitcoin (wBTC) na primeira data de julgamento do processo da empresa BiT Global, ligada a Justin Sun, contra a grande exchange sediada nos EUA. A Coinbase anunciou no mês passado que removeria o wBTC em 19 de dezembro.

Na semana passada, a BiT Global solicitou uma ordem de restrição temporária para impedir que a Coinbase removesse o produto de bitcoin tokenizado. A empresa, com sede em Hong Kong, argumentou que isso causaria um dano iminente e irreparável.

No entanto, na quarta-feira, a juíza distrital dos EUA Araceli Martínez-Olguín disse que não havia motivo para impedir a Coinbase de remover o ativo, que nos últimos meses passou por uma transformação séria. 

“Eles estavam tentando nos parar completamente,” disse uma pessoa familiarizada com o processo ao The Block em uma entrevista. “O tribunal decidiu hoje que não havia um único fator que eles atenderam.”

Em novembro, a Coinbase anunciou que removeria o wBTC meses após seu antigo custodiante BitGo ter feito parceria com a BiT Global para ajudar a gerenciar o ativo de $14 bilhões. Em um documento judicial ontem, a exchange disse que Sun, um conselheiro da BiT Global, enfrentou alegações “repetidas” de “má conduta financeira.”

“Somos uma empresa privada. Temos o direito de tomar decisões — mesmo decisões erradas — sobre quem deve ou não estar em nossa plataforma,” disse o representante da Coinbase. “A ideia de que somos como uma empresa de água ou eletricidade, uma utilidade à qual você tem direito de se conectar, é simplesmente absurda.”

A BiT Global processou a Coinbase, alegando que violou várias leis federais e estaduais projetadas para promover a concorrência justa ao decidir remover o wBTC e lançar uma forma rival de bitcoin tokenizado, o cbBTC. 

A empresa também acusou a Coinbase de difamação — ou, no jargão das criptomoedas, “espalhar medo, incerteza e dúvida” — que prejudicou a reputação da BiT Global e ameaçou a viabilidade do wBTC. A BiT Global observou que, enquanto a exchange removeria o wBTC após uma “revisão periódica,” listou memecoins como MOG, PEPE e WIF, que têm pouca ou nenhuma utilidade. 

Tudo embrulhado

O WBTC, lançado em 2019, é o segundo maior token cripto embrulhado com um valor de mercado de quase $14 bilhões. Ele permite que os traders usem suas participações em bitcoin em aplicativos descentralizados no ecossistema Ethereum. O Coinbase Wrapped BTC (CbBTC), que também é respaldado 1:1 por bitcoin, viu seu valor de mercado crescer para mais de $2,1 bilhões desde seu lançamento em setembro.

A Coinbase rebateu as alegações de que estava tentando monopolizar o mercado de bitcoin embrulhado, observando que sua plataforma representa menos de 1% da atividade de negociação de wBTC. 

O representante da Coinbase disse que a exchange pode mover-se para sancionar a BiT Global ou seu escritório de advocacia contratado, Kneupper & Covey, por “trazer uma reivindicação tão tola.” Ele disse que a juíza Martínez-Olguín parecia “bem preparada” e imediatamente mostrou-se cética em relação aos argumentos do autor. 

“O que eles estão tentando argumentar é que de alguma forma eles têm direito à distribuição na Coinbase com base na ideia absurda de que de alguma forma somos o único jogo na cidade,” disse o representante, observando que não há “nenhuma evidência ou mesmo a alegação de que alguém — mesmo um único cliente — tenha abandonado a BiT Global como resultado das ações da Coinbase.”

O The Block entrou em contato com um representante do wBTC para comentar. 

Desde o anúncio do wBTC, Sun aparentemente tentou se distanciar do protocolo, apesar de declarações anteriores do CEO da BitGo alegando que Sun era uma “parte material da parceria,” disse o representante da Coinbase.

“Boa sorte para você, Sr. Sun, se você quiser começar a enganar um juiz federal da mesma forma que tenta com as pessoas uma vez que