MicroStrategy investe US$ 4,6 bi em Bitcoin, presidente da SEC renuncia ao cargo e outros destaques da semana

A semana trouxe novidades impactantes para o mercado de criptomoedas . No México, mais de 3 mil pessoas foram vítimas de um golpe com bots de negociação.

A MicroStrategy surpreendeu ao anunciar um novo investimento de US$ 4,6 bilhões em Bitcoin, enquanto dados de mineração do ativo mostram sinais de recuperação em novembro.

Na Coreia do Sul, reguladores apertam o cerco contra ETFs ligados a criptoativos, e a saída de Gary Gensler da SEC já está programada para coincidir com a posse de Donald Trump.

• 3 mil mexicanos sofrem golpe com bot de negociação cripto
• MicroStrategy faz novo investimento de US$ 4,6 bilhões em Bitcoin
• Dados de mineração de Bitcoin melhoram na primeira metade de novembro
• Coreia do Sul aperta o cerco a ETFs ligados a criptoativos
• Gary Gensler, presidente da SEC, deixará cargo no mesmo dia em que Trump assume a presidência

3 mil mexicanos sofrem golpe com bot de negociação cripto

Mais de 3 mil pessoas nas regiões mexicanas de Tehuacán e Puebla foram vítimas de um golpe envolvendo bots de negociação de criptomoedas promovido pela empresa AMG GPT. A companhia prometia retornos diários e utilizava eventos promocionais para atrair investidores, oferecendo prêmios como iPhones e carros da Tesla. No entanto, os escritórios da empresa foram fechados e os saques bloqueados, deixando os clientes no prejuízo.

As vítimas afirmaram que inicialmente receberam pagamentos, mas foram posteriormente obrigadas a pagar “taxas de verificação” para retirar seus fundos. A AMG justificou os atrasos com um evento chamado “Shopping Festival” e anunciou um cartão de crédito especial, “Crypto-VISA”. Em tese, este cartão garantiria novos pagamentos, mas as atividades da empresa cessaram logo depois.

Surpreendentemente, o golpe utilizava referências ao Bitcoin e Dogecoin, além da imagem de Elon Musk e logotipos de empresas como Binance e Crypto.com para legitimar a fraude. Cerca de 100 vítimas já registraram queixas no Ministério Público, e os canais de comunicação da AMG foram encerrados.

Casos semelhantes foram relatados na Argentina e no Brasil, onde promessas de altos retornos com bots de negociação têm enganado investidores, reforçando a necessidade de cautela ao lidar com esquemas que garantem lucros fáceis.

MicroStrategy faz novo investimento de US$ 4,6 bilhões em Bitcoin

A MicroStrategy , reconhecida por sua estratégia centrada em Bitcoin, adquiriu 51.780 BTC ao custo de US$ 4,6 bilhões em um período de seis dias, encerrado no último domingo.

A compra eleva o total de Bitcoins da empresa para 331.200 unidades, adquiridas por aproximadamente US$ 16,5 bilhões desde agosto de 2020. Com o preço atual do Bitcoin em torno de US$ 90.000, o portfólio da MicroStrategy está avaliado em quase US$ 30 bilhões.

Para financiar a nova aquisição, a empresa utilizou um programa de emissão de ações, vendendo 13,6 milhões de papéis no mercado para levantar os fundos necessários. Além disso, o programa ainda permite a captação de mais US$ 15,3 bilhões por meio de ações.

A MicroStrategy destacou um rendimento de 20,4% no trimestre e de 41,8% no ano. A empresa agora detém 1,2% de todo o suprimento de Bitcoin global, posicionando-se como o quinto maior detentor do ativo, atrás de nomes como Satoshi Nakamoto e Grayscale.

Em uma expansão contínua, a companhia planeja captar US$ 42 bilhões nos próximos três anos para ampliar ainda mais seu portfólio de Bitcoin, consolidando sua posição como uma das principais instituições ligadas ao mercado de criptomoedas.

Dados de mineração de Bitcoin melhoram na primeira metade de novembro

A mineração de Bitcoin apresentou melhorias significativas na primeira quinzena de novembro, segundo relatório do JPMorgan divulgado em 18/11. O hashprice, indicador de rentabilidade da atividade, cresceu 29% desde o final de outubro, impulsionado pela valorização do Bitcoin, que superou o aumento na taxa de hash da rede. Além disso, o aumento das taxas de transação como parte das recompensas de bloco contribuiu para o cenário otimista.

O valor de mercado das ações de mineradoras monitoradas pelo banco cresceu 33% no período, adicionando cerca de US$ 8 bilhões. Sobretudo, esse avanço reflete os ganhos do Bitcoin, que valorizou até 30% recentemente, atingindo níveis históricos após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA.

Além disso, a taxa de hash da rede, que mede o poder computacional global da mineração de Bitcoin, aumentou 2% neste mês, atingindo uma média de 718 exahashes por segundo (EH/s). Mineradoras dos Estados Unidos fortaleceram sua presença no cenário global, representando agora 28% do hashrate total da rede, segundo o relatório.

Coreia do Sul aperta o cerco a ETFs ligados a criptoativos

O Serviço de Supervisão Financeira (FSS) da Coreia do Sul recentemente intensificou as restrições ao mercado de criptomoedas. A autoridade vetou o lançamento de ETFs ligados a empresas associadas a ativos digitais, como a Coinbase. Sobretudo, a medida segue diretrizes de uma diretiva governamental de 2017 e também proíbe ETFs de Bitcoin à vista e futuros, limitando o acesso institucional ao setor cripto.

Gestores de ativos relataram suspensões em planos para lançar ETFs relacionados a blockchain, citando incerteza regulatória. Críticos argumentam que a decisão carece de base legal sólida, especialmente para fundos que investem em empresas listadas em bolsas. Enquanto isso, o FSS defende sua postura rígida, alegando que a flexibilização das políticas não é viável, apesar do crescente interesse em criptoativos.

Para equilibrar as restrições, a Comissão de Serviços Financeiros (FSC) formou um Comitê de Ativos Virtuais, liderado por Soyoung Kim. O comitê buscará regulamentar a aprovação de ETFs cripto à vista e estruturar o mercado digital, incluindo contas corporativas para investimentos.

Apesar das restrições, a Coreia do Sul é destaque no mercado cripto. O país teve o maior volume de transações cripto na Ásia Oriental, atingindo US$ 130 bilhões em 2023-2024. Estas ocorreram devido à desconfiança nos sistemas financeiros tradicionais e ao apoio de grandes corporações como a Samsung.

Gary Gensler, presidente da SEC, deixará cargo no mesmo dia em que Trump assume a presidência

Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), anunciou que deixará o cargo em 20 de janeiro de 2025. Este dia coincidirá com a posse do presidente eleito Donald Trump. Durante seu mandato, iniciado em abril de 2021, Gensler destacou o compromisso da SEC com a proteção de investidores e o funcionamento eficiente dos mercados financeiros.

A gestão de Gensler ficou marcada por um aumento no rigor regulatório no mercado de criptomoedas. Ele implementou ações legais contra grandes exchanges como Binance, Coinbase e Kraken, acusadas de operar ilegalmente.

Ele também desempenhou um papel controverso na aprovação dos primeiros ETFs de Bitcoin e Ethereum. Inicialmente, se opôs a esses produtos financeiros devido a preocupações com manipulação de mercado. Contudo, a decisão judicial favorável à Grayscale em 2023 forçou a SEC a reconsiderar sua postura.

Com a saída de Gensler, o presidente eleito Donald Trump ainda não anunciou um sucessor. Entre os candidatos potenciais estão Brian Brooks, ex-executivo da Binance.US, Dan Gallagher, diretor jurídico da Robinhood, Paul Atkins, ex-comissário da SEC, e Hester Peirce, conhecida por seu apoio às criptomoedas.

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