Bitcoin perde os 100 mil dólares, mas mantém tendência de alta em meio à correção no mercado global

Após vários dias de alta consistente, o Bitcoin começou a semana enfrentando volatilidade, perdendo brevemente o suporte dos 100 mil dólares e atingindo a mínima de 98 mil dólares. Essa movimentação foi acompanhada por uma onda de liquidações de quase 1 bilhão de dólares, reflexo direto das incertezas trazidas por notícias relacionadas ao setor de inteligência artificial e pela correlação das criptomoedas com a queda das bolsas de valores nos Estados Unidos.

A grande reviravolta ocorreu quando a China apresentou avanços significativos com a plataforma “DeepSeek”, uma inteligência artificial robusta e de baixo custo operacional, que colocou em xeque a liderança americana no desenvolvimento de IA. O anúncio surpreendeu o mercado ao sugerir que importantes empresas chinesas estariam prontas para acelerar pesquisas e aplicações em IA, reduzindo potencialmente a dependência de soluções e componentes dos Estados Unidos.

Com isso, as ações de tecnologia no mercado americano foram afetadas, em especial a NVIDIA, que viu seu valor cair devido ao temor de perder espaço como principal fornecedora de chips para aplicações de inteligência artificial. Essa desconfiança se espalhou pela bolsa de valores, derrubando o ânimo dos investidores e arrastando as criptomoedas na esteira, dada a crescente correlação do setor cripto com o humor do mercado tradicional.

Na agenda macroeconômica, o grande destaque é a reunião do FOMC, marcada para esta quarta-feira, onde se espera a manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos. Embora nenhum corte seja previsto, esta é a primeira reunião de 2025, e os investidores estarão atentos às perspectivas que o Federal Reserve apresentará para o controle da inflação e para possíveis cortes de juros ao longo do ano. Além disso, na sexta-feira será divulgado o PCE, índice de inflação mais observado pelo Fed, o que pode gerar volatilidade adicional.

No lado técnico, o cenário de rompimento de uma cunha descendente, comentado nas últimas análises, permanece válido, indicando continuação de alta. Mesmo com a perda temporária do patamar dos 100 mil, o suporte em 96 mil dólares demonstrou força, sugerindo que movimentos abaixo dessa faixa podem ser enxergados como oportunidades de compra, principalmente para aqueles que não aproveitaram o suporte em torno de 90 mil nas semanas anteriores. Enquanto o Bitcoin respeitar esse suporte e se mantiver acima de 96 mil, a tendência de alta deve prevalecer.

O sentimento do mercado, medido pelo Fear and Greed Index, recuou de níveis de extrema ganância para a zona de ganância moderada. A queda recente, associada a quase 1 bilhão de dólares em liquidações, contribuiu para uma desalavancagem saudável, reduzindo o risco de movimentos corretivos mais fortes. 

Para quem busca estratégias de investimento, as quedas entre 100 e 95 mil dólares podem ser oportunidades de compra para investidores mais agressivos, já que o rompimento da cunha descendente aponta para um potencial de alta continuada. Além disso, é possível considerar uma exposição gradual em altcoins, que tendem a aquecer caso o Bitcoin consolide sua força ao longo de 2025. No entanto, é fundamental manter um gerenciamento de risco adequado e acompanhar as movimentações do mercado de futuros, dada a alta alavancagem observada.

Com a combinação de expectativas quanto à decisão de juros do Federal Reserve, a divulgação do PCE na sexta-feira e o cenário técnico favorável do Bitcoin, as próximas semanas prometem volatilidade e oportunidades. Para navegar por esse ambiente desafiador, manter uma estratégia clara, com foco em suportes-chave e sinais de confirmação de alta, será essencial para aproveitar os melhores momentos de entrada.

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